sábado, 23 de fevereiro de 2008

Flight Simulator X




















O nome quase que fala por si: Flight Simulator X é o décimo jogo da mais bem sucedida série de simuladores aéreos de sempre e os motivos são claros. Mesmo tendo sido lançado há já algum tempo (final de 2006) é ainda este o jogo que domina completamente este tipo de simulação, em todos os aspectos. Mas vamos a detalhes, afinal o que é Flight Simulator X?

Na verdade é o mundo aos nossos pés. Sem brincadeira, pois com uns espantosos 13 GB de instalação e 2 DVDs cheios é-nos oferecido o mundo inteiro: podemos começar um voo em Portugal e acabar nos Estados Unidos, passar pelo Evereste e curvar para a Rússia, planar pela savana Africana ou sobrevoar a selva Amazónica. Isto tudo com apenas um loading, o primeiro, como é claro. Ou seja, se forem pacientes o suficiente, é possível viajar para onde quiserem, desde que tenham combustível em duas máquinas, no avião e na vossa, porque os tempos das viagens tem a duração de uma verdadeira e como tal é preciso aguentarem se quiserem chegar ao destino.

Uma pergunta comum para quem não conhece o jogo é a seguinte: o jogo é difícil? E a resposta é: não. FSX não é um jogo difícil, muito pelo contrário. Tem uma interface bastante amigável e a lista de artigos, lições de voo, tutoriais e ajuda é enorme. Na verdade nunca vi um jogo com tanta informação, o Learning Center, como é assim chamado, tem tudo o que precisam de saber. “Então é só pegar num avião e está a andar?” Bem nem 8 nem 80. Afinal qualquer simulador requer uma certa curva de aprendizagem e este não é excepção. Mas se pensam adquirir o jogo mas se tem medo que seja demasiado exigente, não se preocupem. A curva de aprendizagem é bastante suave. Começamos com uns tutoriais simples e de pouca duração em que nos ensinam as bases de como voar, começando por levantar voo com uma pequeno planador (do qual me esqueço o nome no momento) e depois aterrar, dar umas voltas pelo ar, fazer uma pequena viagem de jacto ou de avioneta, aprender a pilotar um helicóptero. E se por acaso mesmo depois de 12 tutoriais, que cobrem todos os aspectos mais importantes da simulação, acharem que ainda não se sentem capazes de voar livremente ou de partir para umas missões, basta abrir o Learning Center, onde dispomos de mais de 45 lições de voo, pelo conhecido Rod Machado, experiente instrutor de voo. Estas lições são bastante detalhadas e bem mais longas, mas cobrem mesmo todos os aspectos do jogo, desde como manter o avião direito a pilotar um Boeing 747 em más condições com apenas a ajuda dos instrumentos.

No entanto, se o que querem é apenas pegar num avião e dar umas voltas pela vossa cidade, é bastante fácil. É claro que é aconselhável fazer pelo menos os tutoriais, caso contrário duvido que o tirem do chão (foi o que aconteceu comigo, peguei num Boeing 747 e numa pista pequena e como é claro não o tirei do chão e se o tirasse acho que no fim teria muitos pedaços dele espalhados pelo terreno). Depois de começarem a ter um certo contacto com o jogo, podem fazer um voo à vossa escolha. Temos 24 aeronaves por onde escolher, desde o mítico Boeing 747 ao ágil e veloz Bombardier Learjet (jacto privado), passando pela famosa avioneta Cessna e conhecendo o acrobático Extra 300S, sem esquecer, é claro, os helicópteros (apenas dois). Todos os modelos são bastante detalhados e se tiverem PC para isso é bem agradável ter um cockpit gigante com tudo bem definido, podendo praticamente mexer em qualquer botão, ou então apreciar uma fuselagem a brilhar ao sol sobre as nuvens (cada avião ou helicóptero conta ainda com várias pinturas diferentes, baseando-se em companhias aéreas verdadeiras e não, a TAP não foi incluída).



















Avião escolhido, chegou a altura de decidir o destino. E aqui sim, a frase “o mundo aos nossos pés” é bem aplicada: cerca de 24.000 (sim leram bem, vinte e quatro mil) aeroportos estão disponíveis para podermos aterrar ou levantar. Passando de pistas escondidas em montes distantes ou no meio do deserto a aeroportos super movimentados em cidades importantes, o melhor mesmo é usar a procura para encontrar o que queremos. Portugal está muito bem servido, com os 3 aeroportos principais do continente (Lisboa, Porto e Faro) bem representados e depois outros de menor importância, como a Base das Lajes, o Aeródromo de Palmeira (que fica perto de mim), entre outros (à volta de 20 no total). Claro que nem todos são bem detalhados, caso contrário estaríamos a jogar FSX daqui a 10 anos: apenas 45 destes 24.000 são super detalhados, mas não pensem que os outros todos são maus. Não, na verdade todos respeitam fielmente o real, seja no design da pista ou mesmo nos edifícios circundantes (apenas em sítios remotos podemos encontrar uma simples tira de alcatrão ou mesmo areia/erva que determina uma pista).

Destino escolhido, é altura de decidir o dia, mês, ano, hora, estação e altura do dia do vosso voo. Geralmente o jogo guia-se pelo vosso computador, determinando logo se é Verão ou Outono, Janeiro ou Agosto, 2001 ou 2008. E para completar, podemos decidir que tipo de clima vamos ter na simulação. As hipóteses são imensas e têm uma particularidade interessante: além de podermos escolher entre climas pré-definidos podemos criar o nosso próprio (com um detalhe e cuidado espantoso) ou então fazer um download sobre como está o tempo na zona que escolhemos para começar. É um download bastante rápido e realista, pois os dados são actualizados de 15 em 15 minutos e se por acaso morarem perto de uma pista e gostavam de simular um voo nesse mesmo dia e hora e com o mesmo estado atmosférico, é possível.

Existem ainda mais opções, que podem ser exploradas há medida que se vai progredindo no jogo: podemos planear avarias no avião, que vão desde motores em fogo a luzes desligadas ou mesmo flaps com problemas; é possível criar um plano de voo bastante detalhado, muito útil para depois não andarem às aranhas para seguir a rota e ainda mais opções. Parece complicado? Mas não é. Apanham o jeito a isto em poucos minutos, acreditem, como já referi acima a interface é bastante fácil e os menus são muito agradáveis de navegar, isto para não falar da música de fundo, que é relaxante.

Tudo pronto, vamos voar? Fly now é tudo o que tem de fazer. O loading é feito (este pode demorar um pouco, principalmente se o jogo ainda não foi jogado desde que o PC foi iniciado e claro, quanto mais gráficos tiverem mais vai demorar, mas não é um loading enorme, do tipo Postal 2) e pouco depois já se encontram na pista à vossa escolha, com o avião (ou helicóptero se assim desejarem) pronto a levantar voo. Chegou a parte porque estavam à espera e vão se surpreender com a facilidade que é. Como estão a jogar pela primeira vez, os settings de realismo estão ao mínimo, o que significa que é bastante fácil controlar o avião e este pode cair no chão e torna a levantar, não bate contra outros aviões nem objectos, tem combustível ilimitado, ou seja, o ideal para um novato. Não cheguei a testar o joystick que é recomendado, mas não é necessário. O teclado e o rato são mais que suficientes para dar uma óptima sensação de simulação. F1 a F4 para os motores, setinhas para controlar o avião, G para o trem de aterragem e já podem voar! Simples? Claro que sim. Nem precisam de fazer checklists ou pedir autorização para descolar ou aterrar. No entanto, futuramente vão ver que dá muito gozo contactar com a torre, pedir autorização para descolar, aterrar, fazer taxiing, etc. Tudo de uma maneira extremamente simples.

À medida que se vão habituando (como é óbvio isto requer sempre umas horas de treino e a conclusão dos tutoriais) vão descobrindo mais teclas úteis. Apesar de o jogo ter imensas funções (são mesmo muitas, tantas que mesmo usando combinações de 3 teclas um teclado normal não tem suficientes) eu diria que apenas umas 40% delas são importantes. O rato é de grande ajuda para rodar à volta do cockpit, carregar em botões, etc.

Depois de tudo isto (esta parte de que falei é dedicada a quem nunca jogou este jogo ou um similar, para quem já conhece a série pode passar à frente porque não existe nada que não saibam já) vem a parte inovadora. O que é que Flight Simulator X trás de novo? Para começar tenho de referir as missões. Agora temos vários objectivos a cumprir, o que quebra a monotonia de voar sozinho sem objectivos. Variadas missões (50 no total) que apresentam vários graus de dificuldade, começando com pequenas voltas de avioneta ou aterragens até testes a bordo de um Boeing que correm mal (do qual temos de voltar de emergência sem 3 motores) a salvamentos no mar de helicóptero, passando por entrega de mantimentos na selva a divertidas (e difíceis) corridas acrobáticas ao estilo Red Bull. Estas missões são o ideal para aprender a usar o simulador e a ganhar cada vez mais experiência ao comando das máquinas. À medida que as vão completando vão ganhando recompensas e vão, sem dar por isso, aumentando os níveis de realismo e quando dão por vocês já estão a jogar com tudo ao máximo sem problemas. E vão ver o quão divertido é! As missões são extremamente variadas e não se enganem com a descrição. Muitas delas não seguem o que deviam seguir, porque acontece algo imprevisto e temos de lidar com isso. Temos o poder de escolha quando nos é perguntado algo e sem dúvida que missões imprevistas são bastante agradáveis, além do elemento surpresa são mais difíceis do que o que estava planeando no briefing. A título de exemplo, uma simples tarefa de ir buscar passageiros ao cimo de um prédio de helicóptero acaba numa misteriosa perseguição de um jacto no meio do mar até uma ilha secreta bastante… estranha, digamos. Ou então uma busca no Triângulo das Bermudas acaba com os instrumentos “a bater mal” e um nevoeiro cerrado a cair sobre nós. Porreiro? Sem dúvida!






















Falando ainda da jogabilidade, que na verdade é o mais importante neste tipo de jogo, tenho de referir os péssimos efeitos de acidentes. Talvez porque a série foi acusada de ter servido para o planeamento dos ataques terroristas a 11 de Setembro (O_o) é que isto é como é, mas não deixa de ser mau. Bastante. Se por acaso aterrarmos com força de mais ou cairmos com o avião no chão, este simplesmente enterra-se como se não houvesse colisão, ficando com tudo a trabalhar (hélices principalmente) e a deitar fumo/faíscas. Só mesmo visto, principalmente as estranhas posições. Tanto pode ficar a “fazer o pino” com parte do nariz enterrado como pode ficar “deitado” pelo chão dentro, enfim, de simulação aquilo não tem nada. Se por acaso batemos num objecto (casa, ponte, outro avião) o nosso fica parado, na posição em que bateu e nem sequer chega a tocar na estrutura (também não pedia modelos de destruição para todos os edifícios, mas era assim tão difícil criar uns efeitos de explosão e destroços pelo ar?). É um cenário totalmente irrealista, que deixa uma pessoa de certa forma frustrada. Já que vamos ter acidentes por erro nosso, então que sejam agradáveis e não o que são. É na verdade aquilo que eu tenho a apontar na jogabilidade, de resto jogo é perfeito, os níveis de simulação são imensos e bastante ajustáveis, os aviões comportam-se realisticamente, enfim tirando os acidentes, pedir melhor é difícil. FSX é exímio e detalhado em quase todos os aspectos.
Focando agora a parte gráfica e sonora, Flight Simulator X é do melhor que existe em termos gráficos. Para além de termos o mundo todo em apenas um cenário, a quantidade de edifícios, pontes, casas de todos os tamanhos e feitios, edifícios únicos, aeroportos, árvores, pedras e tudo o mais está presente (se tiverem, é claro, PC para isso). O mundo de FSX é mais vivo que uma cidade de GTA: podemos ter milhentos carros a percorrer as estradas, montes de casas em 3D e outros edifícios a sobressair na sua textura (que pode ter uma qualidade espantosa de 1 metro por pixel e um detalhe de até 7 cm), além de pessoas, animais, uma água linda, cheia de reflexos extremamente bons e embarcações, aviões com tanta definição como o nosso a voar ou parados nos aeroportos, todo o tipo de carros de apoio em aeródromos e bases aéreas, nuvens do mais real que há, reflexos impressionantes, enfim, só mesmo vendo umas imagens para saber do que se fala. O jogo é de 2006, sim é, mas os gráficos continuam um feito impressionante. Nada que se compare a Crysis, obviamente, mas estamos a falar de um cenário gigantesco com tudo isto presente ao mesmo tempo. É obra e é lindo de se ver, mas para tal é preciso uma máquina bem potente. Eu já joguei com quase tudo no máximo noutro computador que não o meu e simplesmente é para ficar sem palavras a olhar… a sensação de imersão é imensa, um autêntico mundo vivo. Só visto (ou jogado).
Quanto ao som, nada a apontar. O som das aeronaves, desde os motores ao interior do cockpit ao barulho dos componentes a trabalhar (trem de aterragem, flaps, etc.), passando pelas comunicações entre pilotos e torre de controlo e vice-versa remete-nos ainda mais para uma sensação única de imersão. Jogar com uns bons auscultadores é sentir-se a bordo de um verdadeiro avião. Mesmo as conversas entre o nosso co-piloto para nós ou para os passageiros e também conversas engraçadas ente pilotos e controladoras de voo, tudo é feito para nos deixar levar pela simulação.
Falando por fim do multiplayer, este é de fácil acesso: um rápido login no Game Spy e temos há disposição um mundo de servidores e jogadores. O ideal é ter um microfone para comunicar com as pessoas que levam isto a sério, pois podemos ser pilotos ou controladores aéreos e existem mesmo companhias aéreas na Internet que levam muito a sério isto. No entanto, para voar com um amigo não é preciso muita preocupação (depende, é claro, de como quiserem jogar).
Flight Simulator X é uma incursão ao mundo da simulação aérea como nunca foi antes feito e mesmo passados 2 anos ainda não foi ultrapassado. Caso queiram realismo ao máximo ou apenas pura diversão, este é o jogo certo. Vamos aos números:


Gráficos: 19
(cenário enorme e repleto de animação, vida e objectos, modelos dos aviões e helicópteros extremamente bem detalhados, texturas estilo Google Earth bastante nítidas).
Som: 20 (som perfeito em todos os aspectos).
Jogabilidade: 18 (simulação pura ou diversão instantânea, o jogador é que escolhe; interface amigável e fácil, uma suave curva de aprendizagem; os acidentes são bastante fracos, tirando qualquer sentido de realismo).
Originalidade: 16 (mantém o anterior da série, mas com novas inovações interessantes, sendo as missões o principal, além de outras, é claro).
Nota final: 19
A título de curiosidade, fica o link para o trailer oficial
Nota: Esta análise refere-se à versão Deluxe, que conta com apenas mais missões, aeroportos detalhados e aviões que a versão normal. Todos os outros aspectos se mantêm.


Texto escrito por GTA_Crazy em 2008-2-20 , podendo ser encontrado aqui.

3 comentários:

Anónimo disse...

As coisas não são bem assim! para rodar o Flight Simulator X é preciso ter uma supermáquina!

Anónimo disse...

Não precisa ter uma super máquina não, com uma máquina mediana da pra jogar tranquilo, claro q nada de jogar com os graficos tudo no hight! Um Celeron 1,6 com 512 roda tranquilo!

Anónimo disse...

Errado... o FSX precisa ter um processador potente. Para quem é gamer e "joga" o fsx.. qualquer pc dá. Agora para quem é SIMMER a sério e utuliza os mais diversos addons (pmdg, rex, etc) realmente requer uma máquima BEM potente. Pode nao consumir mto vídeo, mas consome MUITO processador. Trabalho com info a 20 anos e uso o flight simulator a 16. SEI oq estou dizendo.